O governo chinês anunciou uma proposta para impor restrições ao uso de smartphones entre jovens, visando combater a crescente dependência tecnológica e seus potenciais impactos negativos. A medida foi divulgada pelo órgão regulador de ciberespaço do país e sugere que fabricantes de dispositivos inteligentes implementem um “modo menor” que limite o uso por indivíduos com menos de 18 anos a um máximo de duas horas.
A proposta, que está em período de comentários até o dia 2 de setembro, já causou agitação nos mercados de tecnologia chineses, com grandes empresas do setor registrando quedas significativas nas cotações de suas ações. A iniciativa não surpreende totalmente, uma vez que o governo do presidente Xi Jinping vem demonstrando preocupação com o vício tecnológico entre os jovens e já havia adotado medidas para regulamentar o uso de tecnologia por crianças e adolescentes.
O impacto da pandemia de COVID-19 exacerbou a dependência de smartphones, com estudos apontando a China como um dos países com maior índice de uso problemático desses dispositivos. A proposta estabelece que o “modo menor” limitaria o uso diário a 40 minutos para menores de 8 anos, uma hora para menores de 16 anos e duas horas para menores de 18 anos. Após atingir o limite de tempo, aplicativos não isentos seriam desativados.
No entanto, especialistas levantam dúvidas quanto à eficácia das restrições, uma vez que usuários com habilidades tecnológicas poderiam encontrar maneiras de contorná-las. Embora a proposta mencione requisitos específicos para fabricantes de dispositivos e aplicativos, a falta de clareza sobre métodos de fiscalização e penalidades para infratores levanta preocupações entre as empresas de tecnologia, que buscam compreender melhor como a regulamentação será aplicada.